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É Natal: muito além do presente, a escolha do brinquedo como ferramenta de desenvolvimento na infância

O Natal se aproxima e, com ele, uma cena que se repete em lares e escolas: crianças ansiosas por presentes, famílias envolvidas na escolha do brinquedo ideal e um mercado aquecido por lançamentos e tendências.

Por CQL Educação

12/17/20253 min read

Em meio a esse cenário, uma pergunta essencial precisa ser feita: o que estamos oferecendo às nossas crianças quando escolhemos um brinquedo?

Mais do que um objeto de entretenimento, o brinquedo ocupa um lugar central no desenvolvimento infantil. Ele carrega intenções, valores e possibilidades educativas que ultrapassam o simples ato de presentear. Em um tempo marcado pelo consumo rápido, refletir sobre a escolha do brinquedo é também refletir sobre o tipo de infância que estamos construindo.

Brincar: uma necessidade humana, não apenas infantil

Diversos estudiosos da educação e da infância apontam o brincar como uma atividade fundamental para o desenvolvimento humano. Para o filósofo Friedrich Schiller, já no século XVIII, o homem só é verdadeiramente humano quando brinca, pois é no jogo que razão, emoção e liberdade se encontram. Na pedagogia, Jean Piaget destacou o brincar como parte essencial do desenvolvimento cognitivo, afirmando que a criança constrói conhecimento ao interagir ativamente com o mundo. Já Lev Vygotsky ressaltou o caráter social da brincadeira, entendendo-a como um espaço privilegiado para o desenvolvimento das funções psicológicas superiores, como a linguagem, a imaginação e o pensamento abstrato. Esses referenciais reforçam que brincar não é tempo perdido. Ao contrário, é um tempo de aprendizagem profunda, simbólica e significativa.

O brinquedo como mediador do desenvolvimento

Se brincar é essencial, o brinquedo se torna o mediador dessa experiência. É ele que provoca desafios, desperta curiosidade, estimula a imaginação e convida à interação. Por isso, a escolha do brinquedo precisa ir além da estética, da moda ou da popularidade momentânea.

Um brinquedo bem escolhido pode contribuir para o desenvolvimento:

  • Emocional, ao favorecer a expressão de sentimentos, a autonomia e o autocontrole;

  • Social, ao estimular a cooperação, o diálogo, o respeito às regras e a empatia;

  • Físico, ao desenvolver coordenação motora, equilíbrio e consciência corporal;

  • Cognitivo, ao incentivar o raciocínio lógico, a criatividade, a resolução de problemas e a imaginação.

Maria Montessori defendia que o material oferecido à criança deveria permitir que ela agisse, experimentasse e aprendesse por si mesma. Para a pedagoga, o ambiente e os objetos disponíveis influenciam diretamente o desenvolvimento infantil. O brinquedo, portanto, não é neutro: ele educa.

Quando o consumo substitui o sentido

No período natalino, é comum que a escolha dos brinquedos seja guiada por apelos publicitários ou pela ideia de “agradar” rapidamente a criança. No entanto, brinquedos que estimulam apenas o consumo passivo tendem a ter vida curta e pouco impacto no desenvolvimento. Brinquedos excessivamente prontos, que não permitem exploração, criação ou interação, limitam as possibilidades do brincar. Em contrapartida, brinquedos simples, abertos e bem pensados costumam gerar experiências mais ricas, duradouras e educativas.

Nesse contexto, pais, educadores e escolas assumem um papel decisivo. Escolher um brinquedo é também fazer uma escolha pedagógica e formativa.

Uma escolha que envolve família, escola e educadores

A responsabilidade sobre o brincar não se restringe ao ambiente familiar. Escolas e educadores também são agentes fundamentais na valorização do brinquedo como instrumento educativo. Quando há alinhamento entre família e escola, a criança se beneficia de experiências mais coerentes e significativas.

Perguntas simples podem orientar essa escolha consciente:

  • Que habilidades este brinquedo favorece?

  • Ele permite interação, imaginação e criatividade?

  • Está adequado à idade e à fase de desenvolvimento da criança?

  • Contribui para o desenvolvimento integral ou apenas para o entretenimento imediato?

Responder a essas questões ajuda a transformar o presente em uma oportunidade de aprendizagem.

Brinquedos pedagógicos: brincar com intenção e propósito

Os brinquedos pedagógicos surgem justamente dessa compreensão teórica e prática do brincar. Eles são pensados para unir ludicidade e desenvolvimento, respeitando o tempo da criança e estimulando suas múltiplas habilidades.

Na plataforma CQL Educação, a área de brinquedos pedagógicos reúne opções selecionadas com esse olhar cuidadoso. São brinquedos que dialogam com princípios educacionais consolidados e que favorecem o desenvolvimento emocional, social, físico e cognitivo das crianças, tanto no contexto familiar quanto escolar.

Neste Natal, mais do que escolher um presente, fica o convite à reflexão: que tipo de experiência queremos proporcionar às nossas crianças? Quando o brinquedo é escolhido com intenção, o ato de presentear se transforma em cuidado, educação e investimento no futuro.

Porque brincar, quando tem propósito, é uma das formas mais profundas de aprender e de se desenvolver.

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