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Quando o Ego Entra em Sala, a Aprendizagem Sai
No cotidiano das instituições de ensino, um desafio recorrente tem comprometido a qualidade da educação básica: a substituição do compromisso pedagógico por práticas marcadas pela vaidade, pelo personalismo e pela supervalorização de cargos e hierarquias.
Por Prof. João Carvalho
12/13/20252 min read


Relatórios internacionais indicam que a qualidade da educação não está associada à visibilidade institucional ou ao protagonismo individual, mas à consistência das práticas pedagógicas. De acordo com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), responsável pelo PISA, “os sistemas educacionais de melhor desempenho são aqueles que mantêm o foco na aprendizagem dos alunos, na qualidade do ensino e no uso de evidências para orientar decisões” (OCDE, PISA).
Os resultados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA) reforçam que políticas educacionais eficazes priorizam o desenvolvimento de competências essenciais, a formação continuada de professores e a gestão orientada por dados, e não ações de caráter simbólico ou midiático.
No Brasil, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) confirma essa lógica. Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), “o IDEB busca medir a qualidade da educação a partir do desempenho dos estudantes e do fluxo escolar, permitindo avaliar se as políticas educacionais produzem efeitos concretos na aprendizagem”. Redes de ensino que mantêm foco nesses indicadores tendem a apresentar avanços mais consistentes ao longo do tempo.
Especialistas alertam que a cultura do personalismo fragiliza o ambiente pedagógico. Quando lideranças são colocadas em posições de grandeza inquestionável, reduz-se a escuta, o diálogo e a capacidade de revisão crítica das práticas escolares. Nesse contexto, o aluno deixa de ser o centro do processo educativo.
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é clara ao definir a finalidade da educação básica. O documento estabelece que “a educação deve assegurar o desenvolvimento de competências que permitam aos estudantes aprender, conviver, trabalhar e exercer a cidadania”. Para isso, a BNCC destaca a necessidade de intencionalidade pedagógica, coerência curricular e práticas alinhadas ao desenvolvimento integral do estudante.
Para a CQL Educação, os dados e documentos oficiais convergem em um ponto central: a educação de qualidade exige menos vaidade e mais compromisso com o que acontece, de fato, na sala de aula. Colocar o aluno no centro não é um discurso institucional, mas uma exigência pedagógica respaldada por evidências.
Mais do que visibilidade, a educação precisa de responsabilidade, coerência e foco na aprendizagem. E os indicadores são claros: onde o ego dá lugar ao propósito, os resultados aparecem.
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